Informativo

Rio, 7 de julho de 2014              

“Copa do Mundo 2014” inova e oferece áudiodescrição para pessoas com deficiência visual no Rio, em Belo Horizonte, em Brasília e em São Paulo

O serviço de narração audiodescritiva para pessoas com deficiência visual está sendo oferecido pela FIFA através do trabalho da Urece, instituição filantrópica de referência no Brasil que desenvolve trabalho exemplar em esporte e cultura para pessoas com deficiência visual.

No Maracanã no Rio, no Mineirão em Belo Horizonte, no Estádio Nacional em Brasília e no Itaquerão em São Paulo, o serviço está permitindo que torcedores com deficiência assistam aos jogos de modo inclusivo, com acesso a uma tecnologia inédita em nossos grandes eventos.

Dois narradores produzem o conteúdo que é transmitido por radiofreqüência e captada em radio receptores com fones de ouvido individuais, tornando possível às pessoas cegas ou com baixa visão acessarem a audiodescrição sentadas em qualquer lugar dos estádios.

Os voluntários passaram por um programa de treinamento intensivo de descrição em áudio promovido pelo CAFE - Centro de Acesso ao Futebol na Europa - e pela Urece, para poder oferecer esse serviço inovador. Depois da Copa, o equipamento será doado a entidades locais.

A narração audiodescritiva garante que torcedores cegos e com baixa visão tenham uma melhor compreensão do jogo. Ela é semelhante à narração de rádio, mas com ênfase na experiência do estádio. O narrador faz, da tribuna de imprensa, além do que acontece durante o jogo, uma descrição adicional de informações visuais significativas como linguagem corporal, expressão facial, as reações dos jogadores e das torcidas, detalhes dos lances, uniformes, as cores e todos os aspectos importante para transmitir a experiência de estar no estádio.

Uma parceria da Urece com o IBDD fez com que Daniela pisasse pela primeira vez no Maracanã neste sábado: “Foi muito emocionante. É como se estivesse dentro da televisão. É tudo que a gente ouve de longe, pela TV, mas a gente está ali, no meio de tudo, participando”, contou Daniela, que torceu pela Colômbia contra o Uruguai. Com o auxílio de um rádio, foi possível sintonizar e acompanhar todos os detalhes sobre o que acontecia não apenas no campo de jogo mas também à sua volta.

Daniela Matoso dos Santos, torcedora do Fluminense, carioca de 36 anos, é cega e sua ida ao Maracanã tornou-se realidade quando a Urecedisponibilizou alguns ingressos para distribuição pelo IBDD. Ela sempre acompanhou os jogos de futebol pelo rádio ou pela TV, com a ajuda das informações adicionais de amigos que viam as partidas a seu lado: “A audiodescrição é, sem dúvida, muito melhor do que o rádio comum. Ela diz não só quem está tocando a bola, mas como e qual foi a jogada. Os locutores tentam descrever ao máximo os detalhes”, explica Daniela. “As cores dos uniformes, toda a movimentação antes e depois do jogo, as comemorações… Na verdade, na cabeça de quem está vendo, a comemoração é um detalhe que não faz diferença. Quem está vendo não sente falta.”

No Brasil, a narração audiodescritiva ganhou uma personalidade única: os locutores transmitem muito mais emoção.“Essa nossa paixão pelo futebol faz parte do sangue... Tem que haver coração e alma na narração, porque faz parte da nossa cultura.” explica Mauana Simas, colaboradora da Urece e uma das coordenadoras do projeto.

Qualquer torcedor que estiver nos estádios pode captar a áudiodescrição em rádio portátil ou smartphone com um receptor FM. A narração está disponível no Rio sintonizando a freqüência 88,9 FM, em São Paulo a 88,7 FM, em Brasília a 98,3 FM e em Belo Horizonte a 103,3 FM.

Veja aqui.

 

Urece Estadio Mané Garrincha

Marcos Lima, um dos criadores da Urece, no Estadio Mané Garrincha

 
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